A popularidade de medicamentos como o Ozempic para o tratamento de diabetes e perda de peso tem crescido exponencialmente. No entanto, um aspecto crucial que merece atenção especial, especialmente entre mulheres em idade fértil, é o risco de uma gravidez não planejada.
Um estudo australiano recente analisou dados de mais de 1,6 milhão de mulheres e descobriu que a maioria das que iniciaram o tratamento com agonistas do receptor GLP-1, como o Ozempic, não estavam usando métodos contraceptivos. O resultado é alarmante: 2,2% dessas mulheres engravidaram nos seis meses seguintes, com um risco ainda maior para mulheres mais jovens, na faixa dos 30 anos e, especialmente, para aquelas com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP).
Por que o Ozempic pode impactar a fertilidade?
A principal razão é que a perda de peso, um dos efeitos mais buscados do Ozempic, pode restaurar a ovulação em mulheres que antes tinham dificuldade de engravidar. Isso é particularmente relevante para quem tem SOP, que frequentemente lida com a irregularidade menstrual e anovulação. A melhora na saúde metabólica e a redução de peso podem, paradoxalmente, aumentar as chances de concepção de forma inesperada.
Os Riscos para o Feto
Embora a maioria dos dados sobre o impacto na gravidez venha de estudos em animais, eles indicam possíveis riscos para o feto, como restrição de crescimento e anomalias esqueléticas. A falta de estudos em humanos reforça a necessidade de cautela.
A Importância da Orientação Médica e da Contracepção
O estudo destaca a falta de orientações claras e sistemáticas sobre o uso de contracepção durante o tratamento. Enquanto o Reino Unido já tem diretrizes que recomendam o uso de contraceptivos, em outros países a prática não é padronizada.
A mensagem é clara: se você é uma mulher em idade fértil e está considerando ou já está em tratamento com Ozempic (ou medicamentos similares), é fundamental conversar com seu médico sobre um plano contraceptivo eficaz. O planejamento é a chave para evitar consequências adversas e garantir a saúde da mãe e do bebê.
Fonte: academiamedica.com.br
